Anti-veganismo, mais uma estupidez humana

Publicado: 20 de setembro de 2015 em Críticas à Esquerda, Ensaios, Feminismo, Sem categoria

Eu levei dez anos para ser vegana, pelos seguintes fatores:

  • Desinformação
  • Pobreza
  • Melancolia perene (desmotivação)
  • Comodismo

E quando eu digo que levei dez anos é porque eu percebi a importância de ser vegana dez anos antes de ser. Uma década para seguir a minha consciência. Tudo começou no meu curso de técnico em química dos Alimentos porque no curso eu aprendi que… Mentira, rs. Tudo começou conhecendo minha melhor amiga branca, a Cássia, que é vegetariana porque tem uma doença crônica grave, de baixas chances de sobrevivência, e o vegetarianismo, literalmente, a ajuda a se manter viva. Então, sendo amiga dela, comer o que ela comia era uma forma de mantê-la inclusa no nosso círculo social. E ela é vegetariana, não vegana, e por motivos de saúde. Ela nunca fez proselitismo vegano e nem vegetariano, mas se eu não tivesse conhecido a Cássia, eu não teria tido acesso à cultura da culinária vegana. E eu me apaixonei. Me lembro como se fosse ontem, eu provando a esfiha de carne de soja e olhando torto para a atendente atrás do balcão porque eu tinha certeza que aquilo era carne e eles estavam enganando as pessoas. Eu morava na favela, nessa época. Nem Orkut existia. Eu não fazia ideia de nada sobre nada. Era um mundo novo. Curiosa e química, passei a eu mesma preparar comida vegana em casa, só por diversão (eu sou técnica em alimentos, né). Daí, virei vegetariana por motivos individualistas, só para ter a pele da Cássia mesmo e fui trabalhar na indústria de carne. O lugar respirava carne, sangue, e eu não comia nada disso. Mas foi só ali, fazendo trabalho de campo nas indústrias de carne bovina, suína e avícola, que eu entendi o problema. Já não era mais porque a comida da Cássia era boa e barata, e nem porque eu queria ter a pele da Cássia, era porque eu vi que, por mais que eu não goste de gatos, até as maldades que as crianças das favelas fazem com gatos é menos cruel. E eu revi toda a minha vida de mulher negra da favela e comparei com a do frango e pensei na senciência (capacidade de sentir, ter sensações e sentimentos) dele e me senti muito mal. Eu não maltratava animais e nem ligava para bichos de estimação, mas aquilo era podre. E eu não era ignorante, eu estudei em escola federal, numa CEFET, eu sabia que aquele animal sentia e tinha sentimentos. E eu conhecia toda a cadeia de aprisionamento daquele bicho, desde quando saía do ovo até o engaiolamento e posterior abate. Quando era fêmea, o destino era pior ainda. Quando eu penso nisso eu fico muito mal. Não ficar mal com essas coisas hoje é o que há de descolado, mas eu prefiro ser esse ser sentimental do que virar um ser que não se comove com o sofrimento que um ser senciente.

Então, o que eu fiz? No alto da minha coerência, decidi parar de comprar frango, meu filho não comeria frango porque frango não entraria lá em casa. Todos aderimos, tranquilo. E ele só tinha 4 anos. Durou um ano esse boicote. E era um boicote muito falso porque eu comprava ovo. E óbvio que minha mente o tempo todo gritava “qual é a sua lógica”? Daí, meu filho que comia frango na casa da avó, veio pedir para eu, por favor, comprar frango (esse é o momento em que os carnistas pensam “tadinho, keli”. Sim, porque meu filho branco sofre tanto, que dó dele…). Comprei, pois nem fazia sentido já que eu não cortei os ovos. E nem o leite da vaca, que sofria tanto quanto uma franga! Então voltei a comprar frango porque eu era incoerente e, não me lembro como, voltei a comer carne. Não sei, só sei que voltei a comer carne (eu nunca fui fã de carne, comia por hábito forçado), mas parei de comprar atum enlatado porque a pesca era predatória. Faz mais de dez anos que eu não compro atum. Eu era uma jovem muito sensata e coerente, venhamos e convenhamos.

Mas a vida seguiu, com todos os seus percalços, faculdade, maternidade, pobreza e tudo. E o cardápio vegetariano seguiu firme e forte, ele era uma economia e tanto na dispensa. Todos amavam meu estrogonofe de soja, melhor que o de carne. Era parte da cesta básica. E quando fiz quibe então! O povo queria receita. Essa lenga-lenga durou por dez anos (estou sendo injusta comigo, oito anos, na verdade). Até que tendo mais contato com veganos e curtindo as coisas que eles diziam e concordando com quase tudo, principalmente no que concernia à realidade da indústria carnista e da agropecuária, e acompanhando as falácias dos grupos rivais (eu odeio falácias, me dá tique de nervoso), eu passei a refletir no porquê eu concordava com tudo mas não era vegana.

Ok. Tive contato com os argumentos machistas e racistas também. Um macho vegano chegou a me dizer que era um absurdo negros e mulheres não serem veganos. Eu dei block no cara, e daria ainda hoje. Mas nunca usei isso como desculpa para odiar o veganismo, e nem atacar outros veganos. Eu torcia pelos veganos, porque eles lutando por mim eu poderia um dia comer frango criado livre… Na verdade, eu não estava nem aí para carne de frango, eu pensava “por mim, poderia ser proibido comer carne bovina e de frango, eu não gosto. Mas a suína… a suína eu adoro. Meu deus, eu nunca vou conseguir não gostar de um pernil com limão”. Porcos são meus animais favoritos desde criança. Basicamente, porcos e cães para mim têm o mesmo grau de fofura. Mas repensei o porco. Pensando bem, eu estava enjoada de carne de qualquer animal. Mas peixe, jamais. Eu jamais deixaria de comer peixe. E queijo. Impossível. Isso não existe. Ainda mais agora que descobri o salmão, o sashimi!!! Eu amava(amo) sashimi de salmão. O de atum não, o atum vem de pesca predatória. E a sardinha… eu como até crua… Mas, e o camarão? Impossível, im-pos-sí-vel!

Eu gostava muito dos ativistas veganos que eu tinha no meu face, e sempre me intrometia nas discussões com os carnistas (eu inclusa, né) simplesmente por não ter concordado com os argumentos deles. Cada argumento bossal. Aquilo me dava vergonha alheia. Eu quase falava “cara, tu tá envergonhando a nossa classe. Cara, vai ler. Não, de novo essa da proteína? Meu deus, eu não acredito que ele vai falar do cultivo de soja, em pleno ano 2012. Cara, a mina tá dizendo que dieta vegana é pobre em nutrientes, caralho. Não, eu não acredito que estão falando que plantas também têm sentimentos. Caralhoooo, preciso sair dessa internet”. Eu passava mal e parecia até que eu era vegana de tanto que eu criticava a ignorância de carnistas anti-veganismo. E eu sempre dizia “cara, não precisa fazer malabarismo para esconder seu descaso, custa nada fazer como eu, apenas diga que está se fodendo para os animais, cara, porra, simples. Como carne porque não me importo com o sofrimento animal”. Eu posso até ser podre, mas eu sou ariana.

Daí, eu fiquei veganos-ally, porque eu não queria ser associada à burrice dos outros. E passei a dialogar mais com veganos. E eu perguntava “posso ser vegana que come peixe, Fulano? Eu amo peixe, só isso que eu não consigo deixar de comer”. A resposta incrivelmente era não. Eu ficava chocada. Daí eu dizia “sendo assim, nunca serei vegana”. Mas o cardápio vegano seguia firme e forte em casa, eu praticamente era uma vegana que comia peixe. Pesquisei na internet se existia um nome para pessoas distintas como eu. Não lembro se descobri, mas descobri que hoje peixes também já crescem em cativeiros e que eles até são alimentados com frangos… O mundo tava bizarro, cara.

Daí, um belo dia, eu estava voltando do estágio da faculdade, cansada e corrida e fui comer minha comida sem carne (peixe não é carne) e fiquei tentando achar aquele sabor tão especial mesmo, tão mais prazeroso que a minha consciência, e não achei. Ele não existia. E eu já era uma mulher mais que adulta, super racional, toda politizada, toda trabalhada na filosofia, sociologia, antropologia, física, biologia, historicidade de opressões, vivência… Tudo. Eu, Keli, incapaz de ceder a um prazer individual por puro capricho. Puro capricho e egoísmo. Eu era feminista nesta época. E eu pensava “se o prazer é justificativa para persistir numa prática que prejudica outros seres sencientes, que traz sofrimento, quem sou eu para reclamar dos outros? Por que só eu posso ser egoísta?”. A falácia do ser humano a espécie mais especial do planeta também não me convencia. Muito menos a de que os outros animais não eram inteligentes. Como eu disse, eu sou trabalhada na biologia. Os animais são inteligentes pra buceta. Tem puzzles que eles resolvem que muitos humanos não resolvem, e não é por instinto, é por racionalidade. Fora que havia o pequenino detalhe do problema ambiental e social. Era simplesmente uma prática estúpida, nada sustentável, e que tirava terras de pessoas, explorava mão de obras, desmatava e consumia água e energia. É… Eu era politizada. Mas também muito egoísta. Mas uma egoísta assumida, pois eu sou ariana.

É bem difícil a gente falar dos nossos defeitos. É sério, é difícil mesmo. É por isso que homens de esquerda são machistas. É por isso. Eles não gostam, não querem, dificilmente vão admitir como eles colaboram com o sofrimento das mulheres. Elas são irracionais, inferiores para eles. Eles nos veem mesmo assim. O mesmo fazem as brancas com as mulheres negras. E os outros animais são mesmo irracionais em relação a gente. Nosso cérebro é mesmo o mais complexo. Poderia não ser, poderia existir ainda o homem de Neandertal e o Cro-magno, e eles poderiam estar mais avançados que nós e por isso querer nos subjugar. E poderiam fazer isso, pois sendo mais avançados, criar um sistema de exploração de homo sapiens seria fácil. Acho que nenhum ser humano, nem mesmo o branco, tem obrigação de ter empatia e altruísmo. Se você pensar bem, não existe essa obrigação moral, a moral e a ética são invenções nossas para nossa conveniência. Mas, uma pergunta que eu fiz a mim mesma, com todo o meu compêndio de informação e toda a minha lógica de empatia e altruísmo, e minha lógica de não ser hipócrita (eu sou ariana), foi : É esse tipo de ser humano que eu quero ser? Ou melhor, é este tipo de humanidade que eu aprovo? Que mantém animais em cativeiros e em condições de tortura ou estresse intensivo? Quero mesmo privar peixes da liberdade de explorar os oceanos? Quero mesmo abrir buracos nos corpos de vacas em carne viva apenas para ficar fazendo o controle da alimentação dela? Quero ver frangos em gaiolas, sem poder ciscar? E depois jogados vivos em máquinas mortíferas num processo de fabricação de larga escala? E vacas o dia todo com as tetas sendo sugadas por bombas? Eu, eu não quero mesmo nada disso. Esta não sou eu. E eu levei oito anos para fazer isso por egoísmo mesmo, eu sou um ser egoísta tentando lutar contra essa essência de causar sofrimento alheio por mero capricho e conveniência. A nossa espécie está sórdida. E eu, hoje vegana, não quero apenas não fazer parte disso, eu quero lutar para que essa linha de espécie tóxica e perversa seja alterada para uma espécie harmoniosa e que não sente prazer na tortura. Eu, mulher, não quero ser patriarcal, e não quero que essa espécie seja patriarcal, eu quero que nossa espécie seja pacifista e altruísta, uma versão racional dos Bonobos. E este é o meu capricho. Beauvoir e Sartre disseram que a nossa espécie está condenada a ser livre e que a liberdade deve ser a nossa própria essência, e eu compreendo disso que o nosso destino biológico enquanto espécie é sermos o que quisermos. É por isso que ontem eu gostava de pernil suíno e açúcar refinado e hoje amo homus e buceta. Eu me construo enquanto pessoa, faço de mim um projeto, e o mesmo faço com essa espécie. Eu faço parte dela, mas não aprovo o estado em que chegamos. E eu vou lutar para que as coisas sejam como eu julgo ideal, seja por capricho, seja por uma questão de sobrevivência.

Como deixar de ser carnista, papo-reto e rápido:
  • A primeira coisa que você vai querer fazer é fugir da informação. Então, pare de fugir. Se informe. Eu mesma estou aberta a tirar suas dúvidas e replicar seus geniais argumentos anti-veganismo.
  • Pare de encarar veganismo como um movimento em prol de um grupo de seres humanos, não é por eles, então, o que eles fazem não desmerece a causa. Desmerece eles, não a causa. Há vários tipos de veganos, há muitos veganos negros, lá fora principalmente. Eu mesma seguia um canal de uma vegana americana negra, uma simpatia de pessoa.
  • Não precisa ser vegano da noite para o dia. Minha experiência foi para você ver que nem todo mundo virou vegano da noite para o dia. Mas o que podemos tirar daqui? Que a falta de acesso ao cardápio vegano é um entrave. Vá inserindo ele na sua vida. Acredite, uma hora você se acostuma, principalmente se seguir minhas receitas que, me desculpe, são maravilhosas.
  • Não coma carne de glúten. Glúten é um baita anti-nutriente. Tem um monte de veganos se entupindo de glúten (porque glúten é um complexo de proteínas que quando cozido tem textura de frango). Na boa? Glúten foi feito para não ser comido. Fuja mesmo das carnes, linguiças, salsichas, presuntos, de glúten. É gostoso, lembra carne, mas o preço que você paga com a saúde é muito caro. E depois a dieta vegana que é demonizada, sendo que glúten tá em tudo, né. Ele vem do trigo, e farinha de trigo – aquilo que se faz bolos, pães e biscoitos – vem do trigo também. Tem glúten.
  • A única vitamina que você deve suplementar é a B-12. O bom do veganismo é que, quando ele é de coração, você acaba se importando com a saúde e faz reeducação alimentar, porque tudo que você não quer é médico te falando que sua saúde tá assim e assado porque você não come carne. Mas a B-12 deve ser suplementada mesmo.
  • Todo ser humano deveria cozinhar para si mesmo. Quem tem cozinhado para você e por quê? Reveja isso aí. Eu não concordo com essa coisa de “divisão de tarefas em casa”. Acho que o ideal é cada um fazendo sua comida, limpando sua sujeira… “Minha mãe quem cozinha, logo eu não serei vegana” para mim é coisa de gente mimada. Na minha casa eu cozinhava desde os 9 anos e para todos, mãe, irmãos, genitor… Acho mó estranho marmanjo que não cozinha. Bizarro. Levar marmita ou seu próprio alimento para o trabalho e faculdade também é possível e mais econômico. Mas se nada disso te convence, melhor deixar quieto, eu sou mãe, dormia 6 horas por dia para trabalhar e estudar, eu não sou mesmo a melhor pessoa para você reclamar da vida, confesso. Eu acho a maioria das pessoas que acessam a internet bem mimadas. Mas não é hora de nos desentendermos por excesso meu de franqueza. Apenas revise mesmo essa desculpa de “não sou eu quem cozinho lá em casa”.
comentários
  1. bruxalarissa disse:

    Keli, você poderia falar um pouco mais dessas receitas que você fazia/faz? Por favor.

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  2. lena disse:

    Adorei o texto, obrigada por escrever! Hoje ainda sou egoísta.. não parei com os derivados por puro comodismo, mas a cada dia estou me organizando mais e melhor para fazer minha comida evitando produtos de origem animal.. confesso que sempre me surpreendo como pode ser fácil fazer uma comida vegana deliciosa e muito rica em nutrientes. Conheci hoje o blog e vou passar a acompanhar

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  3. Aline da Silva disse:

    Já faz alguns meses pesquiso sobre ser vegana. Sempre me encontro no auge da pesquisa e me pego prometendo que agora vai, só que não vai. Lê seu texto agora me fez me sentir mais confiante e me sentir bastante egoísta também. Obrigada! Mas devo tudo isso também a uma amiga que é vegetariana. Bom, eu vou tentar começar aos poucos!.Espero consguir! Gostaria de saber mais sobre as suas receitas…

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  4. Karelin Alvisi Cavallari disse:

    Menina….. que delícia de história!! Me identifiquei muito …. detalhe que ainda estou no “ano um” rs. Naquele impasse de comer peixe e ovos…. e tão bom no paladar ainda…. Mas vc tem toda razão, é um caminho a ser percorrido, no qual informação é o combustível! Parabéns pelo blog todo, inclusive!!!

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  5. Rodrigo disse:

    Oi Keli, muito obrigado por compartilhar esse texto. Excelente mesmo, me identifiquei muito com esse longo processo de conscientização, até por fim tomar a decisão definitiva de tornar-se vegana. Eu não sou vegano, ainda como queijo e tomo leite. Estou absolutamente ciente da minha falha de caráter. Estou travando essa batalha ainda, contra o egoísmo.
    Gostei muito também dessa sua ideia de que cada um tem que saber fazer sua própria comida. A respeito disso, gostaria de acrescentar duas coisinhas. Uma é que o vegano realmente pode ter dificuldade em encontrar coisas pra comer em ambientes sociais, mas isso, eu acho, não pode ser um empecilho, nem um sofrimento. Bom, isso é mais um empecilho para os anfitriões e companheiros de socialização, que acham que você vai passar fome, ou se esforçam pra encontrar alguma coisa pra você comer, nem sempre de boa vontade. Eu acho que dá pra fazer como esse cara que não bebe, que li em algum lugar da internet. A primeira vez as pessoas perguntam, até se espantam, mas logo logo esquecem desse detalhe e nem reparam que você tá bebendo só água. A mesma coisa com veganos. Ficar sem comer nada por algumas horinhas não faz mal nenhum, não é.
    O segundo causo é um exemplo que tiro da minha vida. A minha sogra adora cozinhar pratos com carne e ela fazia com tanto amor, carinho e dedicação que eu ficava sem graça de aceitar. Acabava comendo, por deferência. Tempos depois, li num fórum budista a pergunta de um sujeito que era exatamente isso. Ele perguntava a um professor se estava tudo bem em ser vegetariano, mas comer carne na casa da mãe, que oferecia ao filho um prato de carne feito com tanto amor de mãe. O sujeito, como eu, achava que era preciso aceitar aquela oferenda de alimento. O professor respondeu justamente o contrário: não precisamos aceitar tudo aquilo que nos oferecem.
    Desculpe pelo longo comentário. Mais uma vez obrigado pelas palavras.

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  6. Julia disse:

    Gostei do seu blog, sem hipocrisia, e vc tem muito talento para escrever!

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  7. Felipe Ribes disse:

    Keli, não conhecia o teu blog e primeiramente gostaria de dizer parabéns!
    Um amigo postou um texto teu no fb dele e a partir da leitura daquele texto cheguei à esse aqui. Achei muito interessante dois trechos que você escreveu, porque eles dizem muito sobre como eu vejo a minha relação com o veganismo e com o mundo:

    (i) – ““se o prazer é justificativa para persistir numa prática que prejudica outros seres sencientes, que traz sofrimento, quem sou eu para reclamar dos outros? Por que só eu posso ser egoísta?”

    (ii) – É esse tipo de ser humano que eu quero ser? Ou melhor, é este tipo de humanidade que eu aprovo? Que mantém animais em cativeiros e em condições de tortura ou estresse intensivo? Quero mesmo privar peixes da liberdade de explorar os oceanos? Quero mesmo abrir buracos nos corpos de vacas em carne viva apenas para ficar fazendo o controle da alimentação dela? Quero ver frangos em gaiolas, sem poder ciscar? E depois jogados vivos em máquinas mortíferas num processo de fabricação de larga escala? E vacas o dia todo com as tetas sendo sugadas por bombas?

    O que eu queria dizer é que achei teu texto muito preciso nesses trechos e que gostaria de agradecer, porque ler eles aqui pra mim é um indicativo de que o “meu caminho” do veganismo não é único. No facebook eu tenho contato com muitos veganas/os que escrevem muita besteira e acabo pegando um pouco de birra com a galera. Nisso, ler o teu texto foi respirar um pouco de ar fresco hehe. Obrigado.
    Parabéns, fique bem e boa sorte!

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